Poupar ou investir, onde focar?

Aunque ambos hábitos son irrenunciables, hay momentos en la vida en los que conviene poner más foco en uno que en el otro…

Poupar ou investir, onde focar?

Poupar e investir são dois hábitos essenciais para alcançar o bem-estar financeiro. São dois elos da mesma cadeia: sem poupança não há capital para colocar para trabalhar e, sem investimento adequado, é improvável que o esforço para poupar se traduza em verdadeira independência financeira.

Investimos para nos proteger da inflação, que nada mais é do que a perda constante do valor da moeda. Até o dólar teve uma perda histórica de valor desde 1946 de cerca de 3,7% ao ano, o que equivale a seu poder de compra cair pela metade a cada 20 anos.

Se investirmos bem, podemos esperar um retorno real, acima da inflação, que nos permita alcançar a independência financeira e, eventualmente, viver do nosso capital sem consumi-lo.

No entanto, embora ambos os hábitos sejam essenciais, há momentos na vida em que é aconselhável focar mais em um do que no outro.

Onde se concentrar ao começar?

Quando iniciamos nossa vida financeira – geralmente quando entramos no mercado de trabalho entre 20 e 30 anos – é incomum ter capital relevante para investir.

Portanto, além do fato de que é sempre aconselhável começar a investir o mais rápido possível, nesta fase a prioridade não está nos investimentos, mas no aumento da renda e na geração de poupança.

Vamos pensar em um exemplo simples: alguém que tem USD 1.000 investidos pode gastar dezenas de horas otimizando seu portfólio para obter um retorno de 10%. Isso é USD 100 por ano, o mesmo que você costuma gastar em algumas saídas em um mês. Por outro lado, dedicar energia para melhorar a renda e economizar parte dela tem um impacto muito maior na construção de riqueza.

Nesta primeira fase da vida financeira – as duas primeiras décadas, em geral – o essencial é aumentar os rendimentos e começar a poupar de forma consistente. O investimento, embora importante, desempenha um papel secundário.

Quando o investimento começa a pesar mais?

Com o tempo, o investimento se torna mais relevante. Essa mudança é gradual e ocorre à medida que os retornos gerados por nossos investimentos excedem as economias que fazemos a cada ano.

Exemplo: Começando com um capital inicial de USD 10.000 e economizando USD 500 por mês, a economia anual (USD 6.000) é dez vezes mais importante do que o retorno esperado de 6% (USD 600). Mas vinte anos depois, mantendo esse hábito, o capital acumulado seria de cerca de USD 253.000, com um retorno esperado de USD 15.200. Nessa altura, os retornos pesam duas vezes e meia mais do que a poupança na construção do património.

Essa transição pode ser vista claramente no gráfico. Durante a primeira década, quase todo o crescimento da riqueza vem da poupança. No segundo e especialmente no terceiro e quarto, os retornos se tornam o principal impulsionador. Após 40 anos, mais de três quartos da riqueza acumulada vêm de retornos de investimento.

Portanto, como os retornos superam a economia, o foco deve mudar para a qualidade e eficiência do portfólio. Otimizá-lo torna-se crucial para sustentar e aumentar o capital.

Como implementá-lo na prática?

Na primeira etapa, o maior valor está em facilitar a economia. Um aumento de 10% na poupança é mais poderoso do que um aumento equivalente no retorno dos investimentos.

É por isso que, como consultores, priorizamos soluções que automatizam a economia e reduzem o atrito: custos de transferência, taxas de corretagem e, acima de tudo, a necessidade de contar com a força de vontade mês a mês.

Na prática, vimos os custos de não automatizar: quando a poupança depende apenas da disciplina, é comum perder um mês por esquecimento ou por preferir destinar esse dinheiro a uma despesa pontual. Estimamos que aqueles que automatizam suas economias alcançam, em média, pelo menos 10% a mais do que aqueles que devem agir manualmente a cada vez.

O efeito é ainda mais claro em quem investe por meio de corretoras nos EUA e, devido aos altos custos da transferência internacional, acumula vários meses de economia para transferi-los em bloco (a cada 2, 3, 6 ou até 12 meses). Nesses casos, vimos que a poupança efetivamente investida raramente atinge a poupança planejada, diminuindo proporcionalmente quanto menos frequente for o investimento.

Uma vez que os clientes já acumularam capital financeiro mais relevante, o foco muda para a redução de custos associados ao investimento e estruturação de um portfólio eficiente, alinhado com evidências acadêmicas, para maximizar os retornos esperados.

Conclusão

Poupar e investir são dois pilares indissociáveis, mas seu peso relativo muda com o tempo. No início, a chave é aumentar a renda e automatizar a poupança; Mais tarde, o foco muda para a otimização da carteira de investimentos.

Em última análise, o verdadeiro poder vem da combinação: construir o hábito de economizar cedo, permitindo que o tempo e os mercados façam seu trabalho. Essa é a essência dos juros compostos.

Na Nantas, procuramos acompanhar os nossos clientes nesta jornada: primeiro facilitando e automatizando o hábito de poupar, e depois ajudando o capital acumulado a funcionar da forma mais eficiente possível. Porque a jornada para a independência financeira não começa com um grande portfólio, mas com a decisão – e consistência – de economizar e investir com sabedoria.

Cr. Rodrigo Cancela, CFA