Exploramos como, apesar dos conflitos, crises e volatilidade que dominam as manchetes, os mercados demonstraram uma surpreendente capacidade de recuperação.
Vivemos tempos carregados de incerteza: tensões geopolíticas, eleições polarizadas, inflação persistente, conflitos armados, juros altos, guerras comerciais, previsões sombrias. E, no entanto, o mais difícil de aceitar (e o mais crucial para investir bem) é isto:
A incerteza não é uma anomalia. É a condição permanente do mercado.
A história confirma isso. E o último estudo da Vanguard (2024) comprova com números e evidências.
Os grandes eventos que “mudam tudo”… raramente mudam o essencial
Quando ocorre uma crise (guerra, pandemia, choque político), o impulso emocional é parar. Mas os dados nos contam outra história: o mercado não só sobreviveu a esses eventos — ele continuou avançando.[1]
Segundo a Vanguard, após mais de 24 eventos geopolíticos e econômicos significativos desde os anos 1950:
6 meses depois: retorno médio de +5%
12 meses depois: retorno médio de +8%
Exemplos:
Crise dos Mísseis em Cuba (1962) → +26% no ano seguinte
Invasão soviética ao Afeganistão (1979) → +26% no ano seguinte
Guerra do Iraque (2003) → +27% no ano seguinte
Invasão da Ucrânia (2022) → –6% no ano seguinte
Ataque do Hamas (2023) → +34% no ano seguinte
Conclusão: a reação do mercado costuma ser muito menos duradoura do que o medo causado pelas manchetes.
As ações começam a subir antes que a economia “melhore”
O estudo também mostra que o S&P 500 historicamente começa a se recuperar antes do fim de uma recessão.
Esperar a economia melhorar para investir é como esperar o carrossel parar para subir.
Esse padrão se repetiu em múltiplos ciclos: 1990, 2001, 2008 e 2020. O mercado já havia subido consideravelmente antes da recessão ser oficialmente encerrada.

Desde 1980, investidores globais enfrentaram 12 bear markets (quedas >20%) e também 12 bull markets (altas expressivas).
Bear markets: duração média de 282 dias e queda de –30%
Bull markets: duração média de 1.018 dias e alta de +96%
As quedas são dolorosas. Mas a recuperação é mais longa, mais forte e mais lucrativa.
Migrar para o caixa pode parecer “seguro”. Mas, segundo a Vanguard:
Mover 100% do portfólio para dinheiro por 12 meses após uma queda tem 87% de chance de render menos que uma carteira com 60% ações e 40% renda fixa. O retorno médio dessa decisão é de –13,3%.
O horizonte reduz o risco — não o aumenta
Muitos investidores acreditam que quanto mais tempo se permanece investido, maior a chance de perda. A verdade é exatamente o oposto. A probabilidade histórica de retornos negativos reais (ajustados pela inflação) para um portfólio 100% em ações é:
Horizonte | Probabilidade de perda |
1 ano | 31.1% |
3 anos | 21.3% |
10 anos | 11.0% |
Se você tivesse investido USD 100.000 no S&P 500 em 1993 e mantido até o final de 2023:
Teria: USD 1.817.640
Mas se tivesse perdido:
Os 10 melhores dias → USD 832.727 (–54%)
Os 30 melhores dias → USD 308.894 (–83%)
Na Nantas, não prometemos prever os próximos movimentos do mercado. O que fazemos é te ajudar a construir uma estratégia que não dependa de previsões.
Investir com sucesso não é saber o que o mercado fará.
É saber o que você vai fazer quando o mercado se comportar como sempre se comportou.
“Investir é simples, mas não é fácil. O maior desafio não é o mercado — é o seu comportamento diante dele.”
— Nick Murray
Fale com a gente. Na Nantas, estamos aqui para te ajudar a atravessar as tempestades com rumo claro.
Ec. Juan Martín Rodríguez, CFA
[1] Os retornos são baseados no índice Dow Jones Industrial Average até 1963 e no S&P 500 a partir de então. Todos os dados são retornos de preço. Não exibidos no gráfico original, mas incluídos nas médias, estão os retornos após eventos como: Crise de Suez (1956), construção do Muro de Berlim (1961), assassinato do presidente Kennedy (1963), autorização para operações militares no Vietnã (1964), Guerra dos Seis Dias (1967), guerra Israel-Países Árabes e embargo do petróleo (1973), exílio do Xá do Irã (1979), invasão dos EUA a Granada (1983), bombardeio americano à Líbia (1986), Primeira Guerra do Golfo (1991), impeachment de Clinton (1998), bombardeios no Kosovo (1999), atentados de 11 de setembro (2001), intervenção na Líbia (2011), ações contra o ISIS na Síria (2014), e os processos de impeachment de Trump (2019 e 2021).
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