Neste artigo, mostraremos por que essa intuição pode ser enganosa e como uma análise profunda dos dados revela algo surpreendente:
Bonds são mais arriscados do que ações
Hoje, muitos investidores ainda acreditam que os bonds são o investimento mais seguro e as ações são o mais arriscado. Mas o que as evidências realmente dizem? Neste artigo, mostraremos por que essa intuição pode ser enganosa e como uma análise profunda dos dados revela algo surpreendente:
No longo prazo, as ações não apenas superam o desempenho. Eles também são muito menos arriscados do que os bonds.
No curto prazo, as ações são arriscadas
Não há dúvida: se analisarmos os piores retornos reais em um ano, descontando a inflação em dólar, as ações são o ativo mais volátil:
Em horizontes tão curtos, nenhum profissional sério recomendaria uma forte exposição ao mercado de ações.
Mas vale a pena fazer uma pergunta mais profunda:
Quantos de nós somos investidores por um único ano?
Embora muitos de nós tenhamos objetivos de curto prazo, a maioria de nós será investidora por décadas.
As ações são o ativo mais seguro no longo prazo
O problema é que tendemos a subestimar por quanto tempo seremos investidores. Ouvir “10 ou 20 anos” pode parecer distante, mas, na prática, esses são prazos muito mais comuns do que pensamos. E é aí que a análise muda completamente.
Abaixo, apresentamos os melhores e piores retornos reais nas bolsas de valores dos EUA de 1802 a 2021. Vamos nos concentrar nos piores retornos:
Não. Os dados que você vê no gráfico não são ruins:
Para melhor mensurar os resultados, vamos rever alguns dos episódios mais críticos que ocorreram durante o período analisado:
O custo oculto da “segurança”
Esse resultado tem uma explicação lógica: os bonds pagam um cupom fixo e devolvem o principal no vencimento. Mas eles realmente pagam o capital? Não exatamente, porque esse reembolso não é ajustado pela inflação!
Se comprarmos um bond de 10 anos e a inflação média for de 3% ao ano, ao final do período o valor real do principal será aproximadamente 25% menor.
O que parece certo em termos nominais é, na verdade, uma perda garantida de poder de compra.
Não há classe de ativos com maior estabilidade nos retornos de longo prazo do que as ações
No gráfico original do livro Stocks for the Long Run, de Jeremy Siegel, que analisa os retornos de 1802 a 2021 nos EUA, pode-se ver um padrão claro:
Ainda mais surpreendente:
Ou seja: quanto mais longo o horizonte, maior a exposição às ações para reduzir o risco.
Na verdade…
Ao longo de 30 anos, uma carteira 100% diversificada em ações não só foi menos volátil do que uma carteira 100% obrigacionista, como também duplicou a sua rentabilidade real
O modelo falhou. As evidências provam isso.
Por muito tempo, foi ensinado que os preços dos ativos financeiros se movem de forma imprevisível, como se estivessem seguindo um caminho aleatório. De acordo com essa ideia, o risco total de um investimento cresce com o tempo – embora a uma taxa mais lenta – e muitos modelos estimam a volatilidade futura multiplicando a volatilidade anual pela raiz quadrada do horizonte em anos.
Essa lógica levou à crença de que, independentemente do termo, as ações são sempre mais arriscadas do que os bonds.
Mas a evidência histórica conta outra história. Quando olhamos para o que realmente aconteceu em períodos de 10, 20 ou 30 anos, vemos que a volatilidade das ações não foi apenas muito menor do que a estimada, mas também foi menor do que a dos bonds e bonds do tesouro.
Longe de ser uma curiosidade estatística, essa observação tem consequências práticas para quem deseja planejar seu futuro financeiro com seriedade:
A volatilidade das ações é diluída à medida que o horizonte de investimento se estende, tornando-as a classe de ativos mais confiável para o planejamento financeiro de longo prazo.
O que um investidor inteligente deve fazer?
Tenha o máximo de ações possível pelo maior tempo possível. Mas isso não significa correr riscos desnecessários, significa planejar estrategicamente.
Isso é alcançado com um plano financeiro abrangente, que inclui:
Porque quando a aposentadoria é iminente – 1 a 5 anos – o risco não é mais medido em 30 anos. É medido em curtos períodos. E sim, os vínculos desempenham um papel fundamental e as conclusões do “caminho aleatório” se aplicam. Mas se o horizonte for longo, o maior risco não está nas ações: está em evitá-las.
Agustín Ortas, CFA
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